Revolução de 1923 no RS a Passagem por Dionísio Cerqueira de Leonel Rocha.
A revolução gaúcha de
1923 a terceira revolução.
A revolução libertadora
A revolução de 1923 foi a terceira grande
guerra gaúcha veio depois da Farroupilha 1835-1945, a Federalista 1893-1895,
marcava de um lado os republicanos “Chimangos” apoiadores de Borges de Medeiros
defensor da política do café com leite e eleito em vitória contestada e cheia
de suspeita de fraude sobre Assis Brasil e seus “Maragatos” federalistas.
A revolução durou todo o ano de 1923 e
tirou a vida de mais de 1000 pessoas ficou marcado a exemplo da revolução
Federalista pela pratica da degola de prisioneiros, pois seus integrantes a
grande maioria eram veteranos daquela revolução.
Dentre os lideres da revolução que teve 5 generais que fizeram parte dos comandantes dos revolucionários ou maragatos, podemos ver na foto acima Leonel Rocha que foi o comandante da região do Noroeste gaúcho que faz divisa com SC, e foi esta figura que se fez presença em Dionísio Cerqueira e colocou o município no mapa da revolução de 1923, como podemos ver no seu histórico descrito com detalhes pelo historiados gaúcho Valerão que a pedido de nossa entidade assim o descreve bem como esta aventura:
O Caudilho a Pé.
Este pequeno artigo traz uma breve biografia de Leonel Maria Rocha um dos líderes da Revolta comumente chamada de “Revolução de 23” no estado do Rio Grande do Sul. Esta revolta aconteceu entre os meses de janeiro até dezembro do ano de 1923 e tinha como princípio a derrubada do então “presidente” do estado Antônio Augusto Borges de Medeiros, que era acusado de fraudar as eleições e estar no poder por mais de 30 anos.
Leonel Rocha nasceu em Taquari no ano de 1865 e foi veterano da guerra civil de 1893. Na Revolta de 23 era um dos cinco generais intitulados pelos revoltosos que fizeram oposição em armas ao governo estadual de Borges de Medeiros. Leonel Rocha atuou fortemente organizando uma coluna revolucionaria. Era de origem humilde, porem após se envolver nessas guerras se tornou um líder popular local, na região Noroeste do Rio Grande do Sul. Tinha o apelido de “Caudilho a pé”, pois era um agricultor de poucas posses, descendente de açorianos e não representava as oligarquias do estado (famílias ricas), onde estas tinham seus líderes revoltosos, e na sua imensa maioria eram descendentes de grandes proprietários de terras, representantes de famílias ricas e estavam envolvidos na política. Os famosos coronéis que conhecemos na Primeira Republica do nosso país que foi de 1889 até 1930.
A atuação de Leonel Rocha na Revolta de 23 foi além das fronteiras do Rio Grande, chegando até o território oeste de Santa Catarina e trazendo para a luta em solo gaúcho nossos vizinhos deste estado. Santa Catarina já tinha passado por sua revolta interna alguns anos antes já que estamos falando do ano de 1923, entre os anos de 1912 a 1916 o estado teve uma revolta popular a qual pessoas simples num grito de socorro se ergueram contra a expulsão de suas terras. A Revolta do Contestado naquele estado. Por esse motivo muitos dos revoltosos do Contestado que não sofreram penas de morte fugiram, se esconderam e ao explodir a revolta de 23 no Rio Grande eles pegaram em armas contra um novo inimigo que ameaçava o seu recomeço.
Desse modo Leonel Rocha tinha em suas fileiras de combatentes homens e mulheres anônimas para a história geral, porem de grande reconhecimento na história local. Juntamente com Felipe Nery Portinho, Leonel Rocha atuou nas regiões de Erechim, Cruz Alta, Palmeira das Missões Quatro Irmão e parte do oeste Catarinense, dando bastante problemas aos governistas que tinham de manter o poder de Borges de Medeiros. Seu modo de guerrilha era de nunca dar combate em campo aberto aos governistas, já que estes tinham melhores armas e também dispunham da “catraca da morte” a então novidade em campos de batalha “metralhadora”, então eles invadiam cidades, raros os casos que estas invasões eram violentas ou com morte aos moradores, exceto se estes usavam de violência contra eles e sempre dominavam a prefeitura que a época era chamada de Intendência e telegrafavam para seus companheiros ou para seus simpatizantes que tinham em poder aquela cidade. Isso era uma forma de propaganda e de ter apoio dos outros estados brasileiros, visto que essa revolta foi uma das mais noticiadas na década de 1920 no Brasil.
Conforme foi feito pesquisas foram encontradas algumas curiosidades sobre Leonel Rocha e uma destas que procuro destacar é a que o pai de um dos políticos mais influentes do Brasil na segunda metade do século XX, Leonel Brizola. Seu pai era um camponês de nome José de Oliveira Brizola, foi morto em 1923, por ser apoiador e lutando ao lado de Leonel Rocha, e que este o Brizola que de nascimento e batismo se chamava Itagiba, no ano de 1947 mudou seu nome em homenagem a Leonel o aqui citado Leonel Rocha que era o seu grande ídolo até aquele momento.
Aqui encerra esse pequeno resgate que deve por justiça histórica se transformar em uma fonte de pesquisas mais aprofundadas sobre a vida deste que foi um dos poucos lideres regionais no estado do Rio Grande do Sul de origem humilde, bem ao contrario de tantos lideres que figuram em nossa história que vieram de famílias abastadas e não tinham a experiência nem conhecimento de que era passar necessidade ou trabalho.
Meu muito obrigado e um forte abraço: Marcelo Valerão.
Bibliografia
DAL FORNO, Rodrigo. O “ÁLBUM DOS BANDOLEIROS” DA REVOLUÇÃO DE 1923: FOTOGRAFIA, POLÍTICA E IDENTIDADE.
ANTONACCI, Maria Antonieta. RS: as oposições & a Revolução de 1923. (No Title), 1981.
SILVA, Jean Pierre Teixeira da. As doze horas que abalaram Pelotas: um estudo de caso da Revolução de 1923. 2015. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pelotas.
ADAM, Paulo Rogério Friedrichs. Leonel Rocha e os conflitos agrários no contexto da Revolução de 1923 e da Coluna Prestes no Rio Grande do Sul. História dos Movimentos Sociais de Luta pela Terra no Sul do Brasil (1940-1980), p. 21, 2021.
.......................................................................................................................
A revolução já estava
chegando ao seu final quando no dia 05 de novembro passando aqui pelo rio
Peperi Guassu o revolucionário Leonel Rocha marchou a porto feliz dando saga a invasões
da vários municípios de Santa Catarina bem como Palmas e municípios ali dos arredores
no Paraná.
No documento que tivemos acesso do governo catarinense
que veio por um erro após a solicitação de cópia de uma lei; conseguimos
descobrir este fato curioso que merece um estudo mais aprofundado e com certeza
virar um estudo na nossa rede publica de ensino pois é um fato grandioso de
nossa história. No documento o estado declara estado de Sitio e narra na visão
politica e contraria ao movimento os passos que sucederam em solo catarinense.
Confira o documento na
integra:
Terminamos assim este
curto e breve ensaio de artigo destacando mais duas curiosidades a título de
informação:
· * Paim Filho que perseguia Leonel rocha em 1923 foi o mesmo que
retornou a Dionísio Cerqueira dois anos após em 1925 desta vez no encalce de
Luiz Carlos Prestes e sua Coluna nos celebres combates de Maria Preta e
Separação.
· * Leonel Brizola que aqui vimos mudou o nome de nascimento de Itagiba para Leonel por ser este seu ídolo tem o nome encravado em um grupo de cerqueirenses que sempre o apoiaram politicamente e estiveram no seu retorno do exilio político, quando este desembarcou de avião em Foz do Iguaçu no aeroporto daquela cidade, inclusive sendo a única cidade e grupo que o recebeu com uma faixa confeccionada para a ocasião e a décadas se mantem leais ao seu ideal, desde aquela época até hoje participantes do partido PDT.
O nosso agradecimento a Marcelo Valerão historiador gaúcho pela ajuda neste humilde mas valoroso trabalho.
.......................................................
Contato Cleiton Fone/Watts 499 33007886
Comentários
Postar um comentário