Burro Branco, um cerqueirense no "paraíso" ou "inferno" da Serra Pelada no Pará!!!
NILTON AGUIMAR BECKER O BURRO BRANCO O OURO E A SERRA PELADA!!!
Na década de 1980 o sonho de todo garimpeiro no Brasil era achar uma grande quantia de ouro na Serra Pelada e como se dizia ficar rico, muitos perderam a vida e nada ganharam e só alguns poucos muito poucos, se deram bem, e sendo assim um cerqueirense não podia deixar de representar a nossa fronteira naquele cenário comovente de céu ou inferno dependendo do ângulo que se olha os fatos, ou mesmo a sorte de que ali se tinha.
Partindo dessa premissa o
senhor Nilton Aguimar Becker (in memoriam) esteve no Pará e naquele místico local marcou época como um grande garimpeiro, detentor de espaços de escavação e
muitos funcionários, o cerqueirense foi um dos que lograram êxitos e voltaram
para casa com uma quantia razoável de riquezas.
Nilton quando voltou a Dionísio
Cerqueira trouxe consigo um pequeno saco contendo nele pedras "pepitas" como eram conhecidos os pedaços de ouro, além de uma grande quantia em
dinheiro. Conforme apuramos com familiares, fortuna* que essa que serviu para adquirir terras no
interior do município como uma grande quantia de lotes no atual bairro 1° de
maio, posteriormente já cansado dos anos desfrutando de merecidas férias comprou uma
picape Willys e foi um dos primeiros taxistas da cidade naquelas ruas de barro
da época.
Já na década de 1990 Nilton
começou a trabalhar com o seu “jacaré” sendo um dos caminhoneiros mais
conhecidos que deixou muita saudade aos amigos da estrada de nossa cidade onde
todos se lembram do eterno Burro Branco como o mesmo era carinhosamente
chamado.
Burro Branco enquanto na
Serra Pelada tinha casa com todo luxo que o dinheiro podia comprar, carros os
Opalas sempre do ano, fotografias que não dispomos agora mostravam empregados
que trabalhavam na sua casa estilo alto padrão com piscina e com animais silvestres como onças e mãos peladas acorrentados, um costume da época.
A fotografia tirada por Burro
Branco retrata o risco enfrentado pelos trabalhadores mais simples que eram obrigados
a trabalhar numa fornalha que mais parecia o inferno de onde sairiam as desejadas pepitas para ao paraíso prometido na chegada. Muitas vezes a morte andava a espreita a qualquer momento onde um simples descuido podia desencadear um acidente que se fosse nos
degraus mais alto daquela improvisada escada de madeira chegando muitas vezes a dezenas de metros de altura, representaria ferimentos
graves em dezenas de pessoas pois uma ia derrubando as outras e acidentes fatais
diariamente iam sendo registrados.
Algumas pessoas que conseguiam
acumular fortunas não conseguiram aproveitar de nada pois foram assassinadas em emboscadas e perdiam além de tudo que
lutaram para conquistar a própria vida, poucos conseguiram chegar ao céu
prometido daquele garimpo e retornaram com dinheiro para suas famílias, mas, Nilton o
Burro Branco foi um desses poucos afortunados que pode desfrutar do suado ouro
conseguido com muito esforço e colocou a nossa fronteira no mapa deste histórico
local no estado do Pará conhecido como o garimpo da Serra Pelada, da qual não podíamos
deixar de figurar este humilde estudo e postagem desta histórica fotografia como
homenagem a este desbravador fronteiriço.
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Histórico do garimpo de Serra Pelada Pará.
A Serra Pelada é uma localidade brasileira, vila e distrito do município de Curionópolis, no sudeste do Pará.
Por fusão de significados, a vila e o distrito tomaram o mesmo nome de
uma formação geológica rica em metais preciosos, a colina de Serra Pelada, uma extensão da Serra dos Carajás.
A vila e distrito da Serra Pelada estão encravados aos pés da formação
da Serra Pelada, cercados de ricas áreas de mineração ainda ativas, embora a
localidade em si seja uma área de extrema pobreza sócio-econômica.
Estatuto
político-administrativo
Serra Pelada não possui um arranjo político-administrativo perfeitamente
definido, havendo grandes dúvidas quanto ao seu real status jurídico.
Isso porque a Câmara dos Vereadores de Curionópolis, o único órgão com
competência para tal, não disponibiliza informações sobre alguma lei oficial de
criação do "Distrito de Serra Pelada".
Diante da Prefeitura Municipal de Curionópolis, Serra Pelada é um distrito, pois em documentos ou portais oficiais sempre é
referida como tal. Porém, não é possível localizar no Plano Diretor de
Curionópolis, aprovado em 2006, a menção de Serra Pelada como distrito (nem
mesmo como vila).
Outros órgãos, como a Câmara dos Deputados, já citavam Serra Pelada como
distrito em 20 de novembro de 1996, reafirmando em 19 de setembro de 2011; igualmente,
o Governo do Estado do Pará também citava Serra Pelada como distrito em 17 de
dezembro de 2001.
História
O distrito têm sua formação histórica tradicionalmente relacionada às
atividades de garimpo, muito embora a região estivesse
sendo colonizada por proprietários rurais já em 1978, um pouco antes da
descoberta do ouro.
Essas propriedades rurais eram, na verdade, fachada para as atividades
garimpeiras artesanais enquadradas no "Projeto Garimpo", um programa
do Ministério das Minas e
Energia lançado em 1977, de incentivo à pequena atividade de
lavra de gemas e metais preciosos.
Início da colonização
A historiografia tradicional afirma que em dezembro de 1979 um vaqueiro (ou garimpeiro) da Fazenda Três Barras, de
propriedade de Genésio Ferreira da Silva, encontrou pedras de ouro de aluvião
próximo a pés de bananeira, no riacho da Grota Rica. Por
duas semanas três equipes de garimpeiros, a mando de Genésio Silva, se
revezaram na extração, coletando quantidade relativa de ouro. O
acampamento montado pelos trabalhadores recebeu inicialmente o nome de Grota
Rica.
Em janeiro de 1980 um comprador de ouro espalhou a notícia da área de
lavra em Marabá, de onde a até então Grota Rica era jurisdicionada.
Rapidamente chegaram ao local cerca de mil garimpeiros. Essa chegada repentina
de tantas pessoas tornou difícil para alocar todos nos barrancos do rio, muitos
sendo obrigados a garimpar numa colina sem vegetação nas proximidades,
apelidada de "Serra Pelada".
A quantidade de ouro encontrado na colina foi ainda maior, fazendo com
que, em março de 1980, o número de pessoas no local saltasse para cinco mil. O
acampamento havia se tornado uma vila, recebendo, finalmente, o nome de Serra
Pelada.
Tal fluxo de pessoas fez movimentar os órgãos municipais marabaenses,
que solicitaram intervenção federal na área, alegando impossibilidade de gerir
o local. O primeiro órgão a chegar, em março de 1980, foi a Rio Doce Geologia e
Mineração (DOCEGEO), uma subsidiária da antiga estatal Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), servindo como
compradora monopolista do ouro e responsável
pela infraestrutura de garimpo. Em seguida, em maio do mesmo ano, instalou-se
o Serviço Nacional de
Informações (SNI). Junto com o SNI, vieram os seguintes órgãos
sob sua supervisão: Receita Federal do Brasil,
a Caixa Econômica Federal,
a Empresa de Correios e
Telégrafos, a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública
(SUCAM), a Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP), a TELEPARÁ, a Companhia
Brasileira de Abastecimento, a Polícia Federal do Brasil e
a Policia Militar.
Ao final do primeiro semestre de 1980, cerca de 30 mil garimpeiros já se
haviam deslocado para a área, fato que motivou o governo João Figueiredo a
indicar o major Sebastião Curió para
capitanear o garimpo.
A partir do final de 1980 a Diocese de Marabá instala
uma pequena paróquia na vila, montando também o hospital Santa Casa da
Misericórdia de Serra Pelada, que passou a dar suporte às ações de saúde
pública da FSESP e da SUCAM.
Em 1981, os depósitos de ouro na superfície se esgotaram, sendo
necessário adequar o local para prorrogar a garimpagem manual. Dessa maneira a
DOCEGEO começou o trabalho de maquinário para dar sobrevida à extração. Deu-se
início também a uma segregação das de garimpagem, que recebiam diversos nomes:
Igrejinha, Serra Velha, Babilônia I, Babilônia II, Boca da Grota Rica, Terra
Preta, Serrinha, PPO, Bico de Papagaio e Buraco da Viúva.
Entre 1982 e 1983 a DOCEGEO concluiu as prospecções na Serra Pelada,
enviando o relatório ao Departamento
Nacional de Produção Mineral (DNPM), onde neste informava que o
garimpo seria fechado em 15 de novembro de 1983.
A partir de então, o Sindicato dos Garimpeiros, com o recém eleito deputado
federal pelo PDS Sebastião Curió, iniciam
as pressões para a prorrogação da atividade mineral no local, conseguindo
algumas vitórias nesse sentido, como a lei federal nº 7194, de 11 de junho de
1984. Cabe ressaltar que o ano de 1983 alcançou uma produção estimada de
mais de 17 toneladas de ouro, o recorde da Serra Pelada.
Declínio da atividade
garimpeira
Em 1984 Serra Pelada chegou ao seu ápice em relação ao número de
pessoas, com oitenta mil residentes, que a efeito de comparação, superavam os
quase sessenta mil habitantes registrados no município de Marabá no censo de
1980. Porém, neste mesmo ano, a produção despenca para 3,9 toneladas e a cava
atinge 200 metros de profundidade, impossibilitando a atividade manual. Desde
o ano anterior já se registravam vários distúrbios dos garimpeiros temerosos
dos rumores da fechada do garimpo.
Neste ano de 1984, os garimpeiros, por influência do deputado Curió,
criam a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (COOMIGASP),
entidade, que no fim, acaba por servir de representação aos interesses dos
garimpeiros bem-sucedidos, donos de cata e comerciantes. A entidade está,
desde a sua criação, mergulhada em intermináveis disputas por poder, denúncias
de corrupção, além de dívidas milionárias.
Após a saída da DOCEGEO do garimpo em 1984, o DNPM passa a ser a única
entidade responsável por regular o garimpo; no entanto, já em 1985, com o
termino da ditadura
militar, o próprio DNPM se retira da Serra Pelada, sob a alegação de
que seus funcionários corriam risco. A partir de então a COOMIGASP passa a
dominar por completo a vila.
Em dezembro de 1987 uma comitiva de moradores da vila foi para Marabá
para pressionar as autoridades locais para a permissão da retomada das
atividades garimpeiras, bem como por melhores condições de vida e trabalho. Não
tendo suas reivindicações atendidas, os garimpeiros, sob comando de Jane
Resende, fecharam a Ponte Mista de Marabá -
trecho da BR-155 - bloqueando o acesso de veículos, pessoas e das
locomotivas que circulavam na Estrada de Ferro Carajás.
O então governador Hélio Gueiros deu ordem para que a Polícia Militar
desobstruísse a ponte. Com a colaboração de uma unidade do Exército Brasileiro,
quinhentos soldados do 4º batalhão da Polícia
Militar encurralaram os manifestantes, os atacando, durante 15
minutos, com metralhadoras e fuzis. O ataque pode ter ceifado a vida de setenta
e nove (79) garimpeiros, no episódio que passou à história com o nome de Massacre de São Bonifácio.
Embora já houvesse certa mobilização pela emancipação da vila em relação
ao município de Marabá, os habitantes optaram por juntar sua luta às vilas
de Eldorado do Carajás e Curionópolis, que culminaram na elevação deste último à
categoria de nova sede da municipalidade, com a Serra Pelada ficando como parte
do novo município, a partir de 10 de maio de 1988.
De 1990 a 2007
A década de 1990 inicia
com a euforia do decreto n° 167, de 12 de junho de 1991, do presidente Fernando Collor, que prorroga a atividade mineral na Serra
Pelada; no entanto dura pouco, pois em 1992, cedendo à pressão de multinacionais de mineração, o presidente fecha o garimpo
de ouro da vila. O buraco da cava enche-se de água, com profundidade de
200 metros e forte contaminação por mercúrio.
Em 1996 vários distúrbios e escaramuças foram provocados pelos
garimpeiros insatisfeitos com a posição do governo, ocorrendo inclusive a
invasão das áreas embargadas de mineração nos arredores da vila. Dado isto, é
solicitado a intervenção da Polícia Federal e do Exército. No mesmo ano, em
outubro, a intervenção passa a ser capitaneada pela Polícia Militar do Pará.
Em 2002, cerca de dez mil pessoas mudaram-se para a vila, após a
deliberação do Congresso Nacional que
permitiu aos garimpeiros a execução de suas atividades em uma área próxima. Vários
conflitos surgiram pelo controle das áreas de mineração, ocorrendo inclusive o
assassinato de Antônio Clênio Cunha Lemos, presidente do Sindicato dos
Garimpeiros de Curionópolis. Lemos era investigado pela morte de outros
garimpeiros no ano de 2000.
Em 2004 novamente a corrida do ouro é reacesa com o anúncio de que a
empresa estadunidense Phoenix
Gems do Brasil estava fechando acordo com a COOMIGASP e a Vale, após negociações com o DNPM.
Em 2007 a Phoenix anuncia que vendeu sua participação para a
mineradora canadense Colossus Minerals Inc., que
anuncia oficialmente o interesse em reativar a mina de ouro da Serra Pelada.
De 2007 - presente
A partir de 2007 a Colossus e a COOMIGASP iniciam intensas negociações
para a retomada da extração aurífera no antigo garimpo da Serra Pelada,
provocando um novo boom populacional na vila. Foi criada
uma joint venture denominada
Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM), com capital
majoritário da Colossus e minoritário da COOMIGASP.
Entre 2007 e 2011 a empresa montou uma mega infraestrutura com um túnel
de 400 metros de profundidade para ter acesso aos depósitos subterrâneos de
ouro que estimavam haver, bem como grandes estruturas industriais para o
beneficiamento mínimo de metais. Montaram também um sistema de telefonia
celular, de distribuição de água, além de escritórios e outras benfeitorias na
vila.
Porém, a partir de 2012 a Colossus e a COOMIGASP passaram a ser acusadas
de corrução, protelando o início oficial das operações de extração
aurífera, recusando-se também a distribuir os dividendos com os mais de
vinte mil garimpeiros filiados, sob justificativa de pagamento de compromissos;
em 2013/2014, subitamente, a empresa Colossus declara falência no Canadá e se retira da parceria na empresa SPCDM. A
COOMIGASP passa por seguidas intervenções judiciais ao mesmo tempo. A mina é
oficialmente fechada em 2014. As denúncias e as investigações sobre as
SPCDM pautam-se sobre desvios de dinheiro, evasão e contrabando de ouro.
Em 2010 a Vale anuncia que conseguiu a licença ambiental para o início
da operação comercial do projeto Serra Leste (lançado ainda na década de 1990),
de exploração de hematita dura (minério de ferro). O
projeto foi construído nas proximidades da vila de Serra Pelada, a cerca de 4
quilômetros do centro desta em linha reta. A implantação deste começou a partir
de 2006, indo até 2010. Em 2017, tornou-se um dos principais projetos minerais
da Vale no norte do Brasil, trazendo
muitos royalties ao município, gerando empregos na vila de
Serra Pelada.
Geografia
O principal acidente geográfico do distrito, a colina de Serra Pelada,
foi totalmente decomposta pelo processo de garimpo ali desenvolvido. Esta era
uma extensão da Serra dos Carajás um
extensa formação geológica rica em recursos minerais. Os detritos da
decomposição da Serra Pelada formaram uma colina artificial ao lado de onde
ficava a original, com aproximadamente 100 metros de altitude. Há a suspeita
que essa colina seja rica fragmentos de ouro de rejeito.
O clima da localidade é do tipo tropical com estação seca
de inverno, com as temperaturas médias entre 23,5 °C e
26,4 °C. O vento, localmente, apresenta direção principal vindo de oeste
com velocidade entre 0,5 e 3,0 m/s, intensidades estas sentidas como
brisas leves ou fracas.
Os meses entre junho e setembro são períodos de seca com altas de
temperaturas e índices baixos de precipitação. Já entre setembro e maio a
temperatura é mais amena, com maior incidência de chuva.
Serra Pelada está inserida nas bacias hidrográficas dos rios Parauapebas e Vermelho,
que são micro-bacias do rio Itacaiúnas. Por sua vez, o rio Itacaiúnas é uma sub-bacia
do rio Tocantins. A área
específica está inserida no contexto das bacias hidrográficas dos rios Sereno e
Igarapé Grota Rica.
Contato Cleiton Fone/Watts 499 33007886
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