Separação a saga de uma comunidade que desapareceu no tempo, a maldição do monge, e os dias atuais!!!

    Separação a saga da comunidade que desapareceu no tempo e ressurge novamente nos dias atuais.

    

     A década de 1940 em linha Separação foi o momento mais glorioso daquela comunidade, diga-se de passagem a primeira comunidade onde ficava a sede do município de Dionísio Cerqueira. Mas, o que teria acontecido naquele local em que até a poucos anos não se encontrava mais nada a não ser duas ou três moradias e os troncos e fundações de construções que um dia foram uma vibrante comunidade.

     Aos domingos como era de costume naqueles anos gloriosos não podiam os moradores deixar de se amontoar na velha igreja de madeira do padroeiro São José e ali pela única fotografia remanescente da época e do local avistamos a enorme quantidade de moradores residentes.

Fonte: Acervo próprio da entidade de rara foto dos moradores de Separação 


     Na década de 20 encruzilhada era o centro do nosso município após a metade da década com a passagem da Coluna Prestes pelo local o nome foi alterado para Separação devido após o combate ali ter acontecido a dita separação das tropas.

    Nos anos 40 a pujante comunidade possuía 70 casas e cerca de 150 pessoas ali residiam, população que facilmente dobrava e até triplicava com os viajantes e forasteiros; dando um charme todo especial aquele local.

     Hotel com curral para a guarda dos porcos que eram até aqui trazidos posteriormente levados para outros centros maiores para a venda, possuía rodoviária, bares, a primeira escola do município a José Boiteux também foi aberta na viagem de Adolfo Konder (objeto de futuro post) também era um marco para aquela comunidade.

     Algumas fotos deste relato podemos destacar abaixo que nos dão o significado da importância e da vida social ali existente.


Vista parcial da rodoviária de linha Separação.
Curral localizado atrás do hotel onde os porcos eram armazenados.
 Morador em casa que ficava em frente a rodoviária.
Moradores da comunidade não puderam ser identificados.
Mesmos familiares da foto acima, era comum homens e mulheres tirarem as fotos separados.


     Na comunidade também existiu uma pedra (gruta) onde o Monge João Maria deixou marcado o seu pé e o de uma criança, este local se tornou símbolo de peregrinação por aqueles sertanejos da época tanto que quando nas idas de 2010 estivemos por lá encontramos uma gruta com pedaços da imagem do Monge e vestígios de sua adoração. 

   Porem, nem todos gostavam da presença do messiânico e contam os mais antigos um fato que ouvimos de várias bocas e também foi retratado no livro de Gilberto Shereiner Pereira em sua obra As cidades gêmeas que uma maldição teria sido colocada pelo monge naquele local.

Gruta do monge  destruída em meio a mata.

     Segundo a maldição do Monge Joao Maria ao ser lhe negado um copo de agua em uma residência teria dito que: ”O demônio ficaria por 100 anos com o corpo em forma de um grande lobo” trazendo misérias e pouco desenvolvimento de toda nossa região, na maldição o rabo do lobo pairava sobre Separação e a cabeça em Clevelândia locais onde o monge não teve uma boa recepção em algumas casas.

     Fato curioso aconteceu que quando redescobrimos a gruta a mesma havia sido implodida por um senhor pelo que apuramos por relatos populares sem fontes, nos anos 1970 acreditava um homem cujo nome não pudemos apurar, que, como o monge ali passou no local havia ouro, e pasmem, dinamitou a mesma a procura do metal deixando somente os vestígios de sua presença por aqui, só para terminar este relato a entidade tem os fragmentos da imagem e está fazendo um trabalho com um escultor para a restauração e logo teremos novidades.

       Se a profecia deu certo ou não deixamos na imaginação de cada um, mas só para encerar o assunto o monge esteve por aqui durante o período da Guerra do Contestado que ocorreu entre 1912 e 1916 os 100 anos da maldição acabaram a pouco tempo e o progresso parece ter retomado o seu curso por aquelas bandas.


Fonte: Site da Prefeitura Municipal e a nova aduana de cargas de DC.

     Fato muito importante ocorreu para o quase fim da comunidade de Separação foi a implantação da aduana na divisa do rio Pepery Guassu o que deu impulsionamento para o comercio se transferir para a divisa com a argentina fazendo a comunidade ir cada vez mais diminuindo de tamanho.

     Porem como o ditado que diz que tudo que vai um dia volta, a aduana de cargas no ano de 2024 acabou de ser inaugurada na comunidade bem ao lado da famosa encruzilhada, fato que pode ser o retorno do local, pois vê crescendo o numero de moradores o marco histórico da Coluna Prestes sendo revitalizado, ouvimos pedidos dos vereadores para iluminação publica na rua principal, calçamento, e logo teremos asfalto, os moradores retornando cada vez em mais número, no local a Hípica municipal hoje já tem um projeto para se tornar o centro de eventos do município.

Visita da empresa LPD ao marco histórico da Coluna Prestes.

     Separação foi um daqueles locais que desapareceu no tempo e hoje ressurge como um local cheio de histórias charme e de um futuro glorioso um local sagrado para muitos uma comunidade que ressurge das cinzas para o futuro.

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Por *
Cleiton Weizenmann

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