Ezidro Pires Nardes, combatente, legalista e um grande cerqueirense.

     Relembrando hoje seu Ezidro Nardes o combatente que ainda criança esteve no combate de 1925 e que no tiroteio se perdeu da tropa de Prestes, onde meses antes havia sido recrutado contra sua vontade, na data de 15 de novembro estaria completando 115 anos (Ezidro faz aniversario no mesmo dia que nossa entidade) faleceu a poucos meses antes de estar vivo para o centenário do local em março de 2025.

Ezidro em 2012 foi homenageado na cavalgada
 da integração onde carregou a tocha simbólica.

     Relembramos trecho entrevista de Ezidro datado de 2012 onde conta com detalhes sua entrada e participação na Coluna Prestes, seu Ezidro conta que nunca foi revolucionário mas sim legalista e que foi levado contra sua vontade junto a seus familiares a seguir a marcha: 

O ex-combatente Ezidro Pires Nardes, nascido em 15 de novembro de 1910, em Lagoa Vermelha – RS, reside em Dionísio Cerqueira junto a sua numerosa família e conta com detalhes sua trajetória a serviço de Luiz Carlos Prestes. 
 
Ingresso na coluna de marcha 
Ezidro conta que à época morava com a família nos arredores de Panambi – RS e quando as forças chegaram a mãe escondeu as crianças no mato, mas ao ver o seu pai e dois irmãos serem levados à força se desgarrou da mãe e correu junto ao pai, que aos berros mandou ele voltar. “Eu não ia deixar o meu pai e os irmão sozinho numa hora destas”. Disse ele. 
 
Passagem pelo Rio Uruguai 
Segundo Ezidro a passagem da tropa e dos apetrechos pelo rio Uruguai foi realizada através de uma barca a motor e muitas canoas. “Havia muitas canoas de cedro e uma com motor” Explicou 
 
O descanso da tropa 
O descanso da tropa sempre era à noite e, às vezes, ficava estacionada por vários dias. “Lá eu cuidava dos cavalos e, de vez em quando fazia sentinela. Não se fazia festa, mas matavam uns quatro bois para comer – tinha cozinheiras e até alfaiate – uniforme só para os soldados do Prestes – Lá tinha tudo”. Outras vezes, a gente caçava e por desconhecimento, muitas vezas a gente matava uns bichos muito velhos e, por isso perdi até alguns dentes. Contou ele, apontando para a boca com alguns dentes faltando. 

O recrutamento 
O recrutamento era feito à revelia e à força ao longo do eixo de progressão. ´Nóis não era revolucionário, nóis era partidário e parente de Getúlio – Eles chegavam nas casas e levavam tudo –homens, mulheres, comida, boi, carroça... 
 
A disciplina 
A disciplina era rigorosa, sem festanças e nem bebidas alcoólicas e a indisciplina era punida com castigo físico e até com a morte. “Eu mesmo ainda estou com o lombo duro de tanto apanhar – e os doentes e feridos ninguém dava bola” Exclamou com ar de revolta. 
 
Luiz Carlos Prestes 
Ezidro disse que Prestes era um homem de baixa estatura, autoritário e corajoso. “Ele não era muito grande, ao ser perguntado se não tinha medo de tantas caveiras extraviadas no mato. E ele respondeu que não tinha medo de nada”. 

No ano de 2012 seus feitos foram reconhecidos pela câmara de vereadores de Dionísio Cerqueira SC onde recebeu menção honrosa o combatente também foi reconhecido pelos serviços prestados ao país pelo congresso Nacional quando em 2014 recebeu menção em sessão solene na mais alta casa legislativa do Brasil os dois atos de homenagem foram idealizados por nossa entidade junto as casas de leis. 


    Ezidro faleceu em 2024 deixando enorme família dentre ela 31 filhos incontáveis netos bisnetos e tataranetos ele foi o último combatente vivo da Coluna Prestes que o Brasil teve conhecimento, viveu toda a vida após o episódio de Separação aqui em Dionísio Cerqueira e amava a cidade e o município de Dionísio nunca poderá esquecer deste ilustre personagem!!! 

        O cemitério histórico do combate de linha Separação foi batizado com seu nome em justa  homenagem, futuramente se pensa em fazer um busto no local em sua homenagem.

..........

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O centenário do combate de Maria Preta!!!

Alunas do colégio Castro Alves fazem maquete do combate de Separação.

Nazistas na tri-fronteira